domingo, 17 de fevereiro de 2013

DESPEDIDA...



Na iminência do adeus que tão logo se anuncia,
Vejo-te calma, sem saber o que planejo.
E nessa ausência de desejo,
Pouco sei o que dói mais:
A certeza que do partir comigo tenho
Ou a ignorância que sinto em ti,
Longe das suspeitas de tal engenho.
Que imagem triste a alegria dos teus olhos projeta em mim!
Rastro de pólvora que amanhã há de ter fim...
E eu de longe hei de presumir
O crime sem perdão que, covarde, não fui capaz de admitir.
Mas como partilhar dos meus lamentos, se como um cão que és, passas longe dos meus tormentos?
- Deixe estar! O destino que hoje nos condena, em breve virá com tarde mais amena...
E eu, sem pesar, levar-te-ei pelos gramados a passear.
Ah! Que desgraça é amar, quanto um dos amantes é um aspirante
Que divorciado do instante só vê no adiante um sentido do viver...
E nem é preciso dizer que esse a quem digo não é o meu amigo, mas tão somente: Eu.


...



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