segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PAZ (?)...



Há uma ferocidade latente naquilo que chamamos por paz
Um quê de carnificina voraz
Trincheira de sonhos mornos e compridos
Igual ao dos vencidos -
Não aqueles de armas munidos, um dia suprimidos -,
Mas desses que nunca convencidos
Puseram seu corpo a lutar...

Há um crime hediondo naquilo que por paz entendemos
Porque na impossibilidade de inimigos inventar
Pairamos no ar
A deliberar
Sobre nada a valer
Fora tão somente ser
Esse a que em nada importa saber
E que vive de dizer:

Sou todo um pelotão, meu amigo,
A rondar a fortaleza do meu umbigo!

Há um equilíbrio funesto sustentado pela paz que tanto almejamos...
Há uma piada sangrenta nisso que por paz chamamos
Porque uma vez liberto dos perigos da bomba
Dinamitamos o espírito
E ao invés de padecermos até morrer
Morremos na vigência do ser
E de mortos-vivos nos fazemos
De sorriso no rosto porque queremos
Essa paz que já temos...

Ha uma ditadura esquisita na qualidade da paz
Uma que a todos inclui
Nessa mistura que dilui
Inimigos e amigos
Para que dos feridos - por todos chamados de 'nós',
Seja dada a promoção
Um marasmo cunhado em medalha
Um marasmo sem batalha
Um que nada inventa
Só sustenta
O soldado valente de único pelotão...

Há uma chacina em cada uma dessas três inocentes letras ...

Paz!

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