segunda-feira, 4 de março de 2013

Ator que tudo sente...


Ao ator que tudo sente,
Trocando a máscara por um alguém competente,
Digo: Justo! Mas por que não mente?
Não muito, um pouco e já seria suficiente
Cansado que estou de ver a mesma gente
Num lugar que já fora um dia
Terreno da mais absurda fantasia!
O real espelhado em você, tenho de dizer, veste o que há de mais banal.
Que interesse posso ter nas tuas lágrimas verdadeiras? 
O que há nas ruas já não é igual?
Então, ou é vaidoso ao extremo, ou eu, por minha vez, um idiota preguiçoso, que saio de casa só para ver quem por ser visto já conheço, fazendo da tua imagem o sentido maior do teu batente...

Ora, por que não mente? Só um pouco, para a minha alegria!
E não é esse ludibriar o sentido maior da poesia:
Um fugir da vida para reencontrá-la mais adiante, na outra esquina?
Então, por que tanta fidelidade à verdade?

Ao ator que tudo sente, digo:
Fuja do coração que lhe bate no peito,
E trate de trazer de volta contigo a farsa esquecida pela vida...
Um pouco que seja!
Ande logo com isso!
Dê um jeito!



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