segunda-feira, 4 de março de 2013

!!!



Que se implodam os grandes temas!
Que tenho lá eu com os problemas das gentes?
Tenham-me por qualquer um
Menos esse - soldado dos outros,
De voz alheia combatente.
Sou antes um general de fileira única,
De tarjas premidas em nulas patentes.
Aos talentosos por seguir na linha,
Desejosos por ouvir uma voz que vem de cima,
Digo sem culpa:
Continuem assim
Respondendo por mim
Faço da minha ausência minha reverência
A tanta burrice sem fim.
Aos comandantes
De brados retumbantes,
Empresto minha voz rouca
Quase um fiapo sem som,
E deixando-vos fazer barulho
Insuflando vosso orgulho
Fujo quieto ao deserto que me cai bem - oásis de tudo o que dizem urgente.
O espetáculo da vida é alheio a mim,
Que sejam dos protagonistas o fardo da história!
Eu me vejo coadjuvante
Satisfeito com a miséria que me leva adiante.
Tudo são cacos recolhidos na estrada.
Podem passar!
Vou logo atrás,
Apanhando o que sobra
Nada de relevante...

...

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