quinta-feira, 7 de março de 2013

MUSA DAS MUSAS...



A música é um acordo dos tempos
Dos ponteiros dispersos na enxurrada das horas,
Põe ordem!
Primeiro tu, depois você
Ilha de intempéries alternadas
Oásis de palmeiras metrificadas
Um revezar de vozes
A debater em uníssono
A lamentar em solidão
O silêncio da sinfonia
O barulho da pausa

A música é a iluminação do escuro das causas
Das nuvens de tédio da existência dos dias,
Um sentido!
Aqui eu vejo, ali me perco
Temperos de iguarias esquisitas
Canteiros de flores coloridas
Um deixar-se cair
Um tornar a subir
No fundo do raso
No rasante das profundezas

A música é o congresso monumental dos sábios-ignorantes
Das encrencas autoritárias das cartilhas dogmáticas,
Um alívio!
Primeiro criança, depois ancião
Recusa da fase madura da consciência
Recreio dos deveres intelectivos
Um saber sem crer
Crendo sabendo
Na audiência da relevância
Do que não se vê, sentindo.

A poesia é o desejo de ser música
Das palavras atenta
Ao mudo ressoar das sílabas

A poesia é ciumenta
De ter de calar
Para imaginar ouvir
O que a música diz
Sem falar
Fazendo ouvir
Ouvindo
Sem ter de aludir

...

...

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