terça-feira, 5 de março de 2013

Não me deixe estar...






Quisera eu dar um jeito de não estar
Mandar outro de mim no meu lugar 
E...
Evaporar!
Para tudo há que se vestir o uniforme da presença...
Ai de ti se economizar os belos ares do teu focinho ao seu vizinho!
Ora, tenha paciência...
E se eu quiser não ir?
Sumir?
Aqui jaz um que foi em paz
Vivendo (não morrendo)
Nas delicias do isolamento...

Pobre do advogado que para advogar precisa estar!
Desgraçado do médico que no consultar precisa de alguém para auscultar
Até o ator, que antes sumia ao subir no tablado, virou tarado!
Maníaco por se mostrar em todo lugar, visível por todos os lados...

A vida deveria ter um setor de defesa do consumidor
Um guichê onde o cliente pudesse dizer:
Socorro, fui enganado!
Cadê o direito de ser rarefeito?
Que empresa é essa que faz dos funcionários meros mercenários do charme alheio?

Quero monologar
Tranquilo no meu lugar
Pode isso?
Um deixar de existir para se assistir
Existindo se esvaindo
Sempre falindo
Mas vivendo
Não morrendo...

Pode isso?

...


...

Nenhum comentário:

Postar um comentário