segunda-feira, 4 de março de 2013

O DESPATENTEADOR DE PATENTES...




A roda já inventaram.
A pólvora já explodiu.
A lâmpada elétrica patente já tem – 
Maldito Thomas Edson, que a mim não outorgou inventar o que um dia iluminou por bem...

Os territórios já foram achados
Há mapas pra tudo e qualquer lado
Explorador é hoje um raro tipo em extinção
Logo mais vira relíquia 
E vai a leilão

Dou-lhe uma
Dou-lhe duas
Dou-lhe três...
Já se foram os cantos escuros
Hora de dar vez
A nitidez

Há quase nada entre o céu e a terra
Só vã filosofia
Ave Maria
Nem santo resiste ao pranto
Dos desterrados em mistérios sumidos
Terrível consciência dum mundo diminuído

Onde estão os magos para serem ouvidos?

O Titanic já afundou
E não há um bendito cujo que não saiba o que se sucedeu
Até tragédia deixou de ser interrogação
Que danação!

Não há quem tenha aí uma ponte aérea
Direto pra Idade Média?
Bons tempos aqueles 
Das esquinas em perigo
Um suspiro outro e dá-lhe sinal do inimigo:
Dragão
Monstro
Bruxa
Cão -
Todos inventados
Para terror dos condenados

Hoje a fogueira é queimar nas certezas
Tudo quanto é coisa já nasce com nome dado
Até a noz moscada é negócio sem qualquer charada

Temperos antigos de jantares sombrios
Tão diferente dos hambúrgueres servidos em pratos frios!

Não há coisa que não seja plausível
Já não há mais que seja invisível
Por aí as coisas estão
Dispostas nas prateleiras
Ao alcance da mão

Eu queria ser um ilusionista
Fazer tudo sumir
Quero eu inventar a lâmpada e sorrir! 
Eureca!
Investigar naufrágios impossíveis!
Explodir o que se há para explodir
Fazer da roda meu invento...

E na pausa de tanto sucesso
Um recesso
Ótima ideia!
Levarei eu o monstro do Lago Ness para um passeio de asa-delta!

Sim-Sa-La-Bim!
Aqui jaz o que já não mais há
Enfim.



...

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