quarta-feira, 8 de maio de 2013

ARTE E LEGITIMIDADE = PERIGO...


Quando a arte se institucionaliza
Se marginaliza
E se antes era marginal
Era porque era natural
Faz parte do sentido da arte não existir como sentido dentro das indumentárias legitimadas
É pela sua ilegitimidade que ganha alguma identidade
O rosto do novo empregado do serviço público não cabe ao artista
Não há outra coisa que sentencie mais rápido a sua ruína senão uma carteira de trabalho
E é nisso que pode trabalhar
Na não existência de vínculos
Como o viajante solitário
Viajando sem visto de entrada
Passaporte ou
Papelada...
Viaja e pronto
É na incerteza de voltar
Que faz sua jornada...
Há uma contradição nisso tudo
Afinal
A arte há que ser respeitada
Mas tornando-a oficial
Com direito a toda burocracia
E tal
Um passo decisivo seria dado
Rumo a sua derrocada final...
O artista é esse ser que nada tem
Devendo a nada reportar
Senão ao direito de falar
Aos que quiserem ouvir...
Não há o que duvidar
Quando a arte começa a ser desejável
Amparada pelos meios legais
Um sinal de perigo aponta no horizonte
Arte e política nunca foram parceiros
Ao contrário, são de famílias rivais
Enquanto uma diagnostica sem almejar meios de curar
A outra só existe para emendar.
A política é causa e efeito
A arte é desejo sem freios
Tirar a sua inconsequência, e, portanto, a rebeldia do artista
É mata-lá por completo
Ainda que esteja elegantemente paramentada
Pelos trajes da decência...

...

...

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