terça-feira, 1 de julho de 2014

Despedaço-me em vozes que sei que não tenho
Componho traços que fogem daqueles que me denunciam 
Aspiro desejos de fuga
Não de encontros
A unidade me é insuportável 
Prefiro antes a doença da desfaçatez, do ludibrio de caráter 
Sou ator porque não me suporto
Quem sou?
Uma mentira

Minha vaidade é gostar do quanto de mim sou capaz
De me afastar

Não sabendo nunca quem sou
Insisto
Em não saber

...


...

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