As perguntas não servem para coisa alguma. Veja se os animais,
das toupeiras aos rinocerontes, interrompem o seu jeito toupeira de ser, ou
rinoceronte de ser, para, uma vez com as mãos nos respectivos queixos,
perguntar alguma coisa que valha a pena ao exercício puro e simples de perguntar?
Donde se conclui que nós, leitores intelectuais de linhas imprestáveis e não
menos intelectualizadas, somos os mais conceituados mentecaptos a flanar por
essa terra generosa em subespécies de mentecaptos variados. Mas, eliminada a
culpa por tantos ímpetos vazios e questionatórios, prisioneiros que somos da
milenar escola filosófica do quem sou eu de onde vim para onde vou, uma
pergunta ainda sobrevive em sua urgência misteriosa e em meio a tantas outras
destituídas de mistério algum, sendo esta justamente a interrogação que paira
ao final da seguinte frase: por que cargas d’água os velhos esperam o momento
exato de ensurdecer para virarem ávidos frequentadores das salas de concerto?
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