segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Fábulas: # O pronunciamento de Tobias Paschoaletto...

Tobias Paschoaletto chegou ao parquinho de diversões escoltado por toda a sorte de repórteres e homens abastados da imprensa investigativa para aquilo de deveria ser uma imperiosa revelação: tomaria sozinho assento na roda-gigante do local e quando lá em cima no topo rarefeito chegasse proclamaria aos ventos uma verdade incontestável que a todos pairava subtraída pelo véu viciado dos pés soterrados ao chão, porém não contara ele, o pobre Tobias Paschoaletto, com a cadência ininterrupta da engenhoca redonda, obliterando, portanto, uma parada completa lá do alto para que assim finalmente pudesse tomar fôlego e despejar o verbo para o registro da massa critica que debaixo empinava seus queixos curiosos, e tampouco dera-se conta da velocidade que a esfera metálica empreendia nas suas voltas repetidas, coisa realmente - não se sabe se por conta de algum sabotador que escolhera aquele exato instante para vingar-se do Paschoaletto ou mesmo por mero defeito a que todas as traquitanas estão sujeitas - excedia os padrões normais, fato que, consumado o périplo, desembocou no registro de uma única e derradeira frase entremeada por golfadas de suspiro desesperado e onde se lia:

- Deixe-me descer dessa maldita geringonça...!

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